Síndrome do Torniquete
Olá, mamães e papais! Hoje iremos abordar um tema pouco falado, porém de extrema importância. Você já ouviu falar sobre a síndrome do torniquete do fio de cabelo?
Esse termo representa de maneira genérica o estrangulamento de alguma região do corpo do bebê, em qualquer faixa etária e que pode ocorrer devido fios, fibras de tecido, ou fios de cabelo que acidentalmente se enrolam nos dedos das mãos, pés e até mesmo no pênis (assim como outras partes do corpo).
Ela é uma síndrome relativamente rara, porém muito grave. Se não reconhecida a tempo, pode levar até mesmo à necrose seguida pela amputação do membro acometido, pois a circulação sanguínea é interrompida no membro afetado.
Como falado inicialmente , qualquer faixa etária pode ser acometida, porém, quanto mais novo for o bebê, maior o risco, pois ele não consegue identificar o que está causando o incômodo, não tem coordenação motora para retirar o fio enrolado e não consegue avisar que está com dor, além do choro (que muitas vezes pode não ser compreendido pelos cuidadores).
Como reconhecer a sindrome?
E em que devemos prestar atenção para que possamos reconhecer esta síndrome?
São 5 os principais sinais que algo não está bem. Alguns deles acaba sendo inespecíficos, porém 3 deles nos orientam para que o diagnóstico possa ser dado:
- Choro constante e prolongado
- Irritabilidade
- Descoloração da pele na extremidade do membro afetado
- Pele fica com coloração roxa ou azulada
- Lesões com vermelhidão e inchaço
Como agir nestes casos?
Caso a maioria dos sinais acima estejam presentes, devemos saber como agir, e a orientação é a seguinte:
Quanto mais precoce a síndrome for descoberta, melhor a evolução do quadro. Ainda no início, é possível retirar o fio que está causando a síndrome no próprio domicílio. Mas à medida que o tempo passa , o torniquete começa a penetrar em tecidos mais profundos, a pele se regenera por cima do fio e torna-se praticamente impossível visualizar o fio a olho nu.
Caso isso aconteça, é necessário realizar procedimento cirúrgico para localizar e remover o corpo estranho.
Como previnir?
- Evite utilizar tapetes felpudos e peludos
- Mantenha o local que o bebê fica bem aspirado e varrido
- Avaliar o interior de luvas e meia – cuidado com a presença de fios soltos. Lembrando que não há obrigatoriedade do uso desses acessórios diariamente como muitas famílias pensam; temos que adequar o vestuário da criança ao clima local.
Outro alerta que gostaria de fazer com essa mesma temática é sobre o uso de acessórios (como anéis e pulseirinhas). Você acha que eles são seguros para o uso em bebês?
Resolvi falar também sobre esse tema pois cada vez mais tenho visto no consultório bebezinhos com pulseiras em seus bracinhos e anéis, já nos primeiros dias de vida!
E é gigante a surpresa dos pais quando peço para retirá-los (ainda mesmo dentro do consultório). Eu faço essa solicitação pois o uso não é isento de riscos! Citarei aqui abaixo apenas alguns deles:
- O bebê pode se arranhar com a parte que fica solta da pulseira
- Risco de quebra da pulseira e dependendo do modelo , a criança colocar na boca e engolir as pequenas partes;
- Risco da pulseira/ anel enganchar em algum lugar e machucar o bracinho/ dedinho;
- O tamanho da pulseira/ anel não ser o adequado , apertar o membro e reduzir o fluxo sanguíneo no local.
Portanto, o uso de pulseiras/ anéis não é seguro e não isento de riscos!
Conhece alguém que precisa saber sobre esse conteúdo? Indique nosso blog!
Um beijo,
Dra Beatriz Romão Amatto – Médica Pediatra – CRM 181.573 – RQE 82.740 – Instagram @drabeatrizamatto