Dor de cabeça nas crianças
Olá, mamães e papais! Hoje o tema será sobre a cefaléia (mais conhecida como dor de cabeça) na infância.
Vocês sabiam que cerca de 85% das crianças entre 5 e 12 anos terão dor de cabeça ao menos uma vez na vida? É um sintoma que assusta muito aos familiares e aos próprios pequenos, e por ser extremamente comum, precisamos discutir mais sobre ela.
Existem inúmeras possibilidades de hipóteses diagnósticas, daí a importância do acompanhamento e avaliação de cada criança pelo pediatra, para que o tratamento adequado possa ser instituído.
Temos que lembrar também que para cada hipótese há uma caracterização diferenciada no que diz respeito à localização, sinais e sintomas associados, duração, intensidade, horário de início e de término, fatores de melhora e de piora.
Principais Causas
Listo abaixo as principais causas de cefaléia (como sintoma isolado). Quando associadas à febre ou alteração do estado geral (exemplo: inapetência, criança “caidinha” ) devem ser investigadas causas infecciosas, como amigdalite, sinusite, meningite (nos casos mais graves), etc!
- Pular Refeições: Se a criança ficar sem se alimentar por intervalos longos, o nível de açúcar no sangue vai diminuir. Como o cérebro precisa do oxigênio da glicose para funcionar, haverá alteração de metabolismo e a dor de cabeça vai aparecer. O recomendado é que se reduza o intervalo das refeições para em média a cada 3 ou 4 horas.
- Dormir Pouco: Caso a criança não descanse, a fadiga cerebral poderá ocasionar dor de cabeça. Esse fato pode ocorrer caso a exposição à tela seja frequente, aonde crianças tendem à dormir mais tarde, têm um sono conturbado e não relaxam a mente. A solução é relativamente simples: definir um horário para ir para cama e para acordar, tornando esses horários fixos para que uma rotina seja instituída. Lembrar que o horário mais adequado para dormir seria por volta das 19:00 – 20:00hs, pois neste intervale o hormônio responsável por induzir o sono (melatonina) tem o seu pico. Definir também o período e duração da exposição à tela é essencial.
- Problemas de Visão: Os músculos que movimentam os olhos estão fixados no osso da cabeça – se são muito exigidos, podem desencadear o desconforto. É preciso consultar um oftalmologista para descartar distúrbios de refração. Lembrar, novamente, que o excesso de tela é prejudicial.
- Ranger os Dentes: Também denominado de bruxismo, é um tipo de desconforto que aparece pela manhã, já que a criança contraiu a região da mandíbula durante o sono. O fato da contração ocorrer sobrecarrega a musculatura dessa região, gerando uma dor referida na própria cabeça.
- Calor: Com o calor, os vasos sanguíneos se dilatam. Além disso, a contração muscular na região cervical e a fadiga podem ser as responsáveis pelo incômodo. O ideal serial sempre utilizar roupas apropriadas para a temperatura local, e abusar da hidratação: água é sempre bem vinda!
- Tensão: Se a criança estiver exposta a alguma situação de estresse, a contratura muscular pode trazer dor de cabeça. Tente avaliar os possíveis gatilhos (brigas, separações dos genitores, bulliyng, etc). Se situação de estresse for crônica, converse com o pediatra sobre a necessidade de encaminhamento para um psicólogo.
- Enxaqueca: Se o incômodo surge em mais de um lado da região, com intensidade moderada a forte, e se vem acompanhado de enjoo, vômitos, incômodo com a luz, desconforto diante de sons altos e alterações visuais (aura: luzes piscando, manchas brilhantes ou visão borrada). Em geral, lateja e piora com o esforço físico.
Nenhum post substitui a consulta pediátrica!
Você reconhece algumas dessas situações no seu filho/a? Conte para a gente!
Um grande beijo,
Dra. Beatriz Romão Amatto – Médica Pediatra – CRM 181.573 / RQE 82.740 – Instagram @drabeatrizamatto