SÍNDROME DO BEBÊ SACUDIDO

SÍNDROME DO BEBÊ SACUDIDO

Olá, mamães e papais!
Hoje trago um tema de extrema importância na faixa etária pediátrica pois, apesar de parecer inofensivo, o ato de sacudir, chacoalhar e jogar as crianças para cima, podem trazer consequências irreversíveis e que poderão causar sequelas permanentes durante toda a vida dos pequenos.

O que é?

Utilizamos o termo de Síndrome do Bebê Sacudido para descrever uma série de sinais e sintomas, que podem ocorrer quando adultos fazem movimentos bruscos em crianças menores de 2 anos de idade. Normalmente ocorre quando a criança é sustentada pelas extremidades ou pelos ombros e é chacoalhada de forma mais severa. Como já falado anteriormente, esse fato geralmente é mais frequente quando o cuidador sacode um bebê ou criança pequena devido à frustração ou raiva, por exemplo quando a criança não para de chorar.

A cabeça de uma criança representa 10 a 15% do seu peso corporal, em comparação com a cabeça de um adulto médio, que contribui com 2 a 3%. Se um bebê é sacudido com força, seu cérebro frágil se move para frente e para trás dentro do crânio. As forças de aceleração, desaceleração e rotação (que surgem ao se sacudir o corpo de uma criança) movimentam de forma brusca, a massa encefálica do bebê, que faz uma espécie de “chicote” local.
As velocidades são diferentes, entre a parte superior (mais livre) e o tronco encefálico (parte inferior); essas duas partes se chocam com a calota craniana, promovendo diversos tipos de lesões teciduais e vasculares, ou por contusão, ou por rompimento. Isso causa hematomas e edema (inchaço), por exemplo.

Quais as Consequências?

As principais consequências dos movimentos bruscos são também sangramentos e falta de oxigenação no cérebro do bebê pois, eles ainda têm os músculos do pescoço muito fraco, não tendo força para sustentar a cabeça de forma adequada.

Principais sintomas

Devemos entender que os sintomas não costumam surgir logo após o episódio da “sacudida” brusca da criança acontecer mas, aparecem algumas horas ou até mesmo dias após os eventos traumáticos. Dentre eles, os mais comuns são:

  • irritabilidade excessiva;
  • tontura;
  • dificuldade para manter-se em pé;
  • dificuldade para respirar;
  • falta de apetite;
  • tremores pelo corpo;
  • vômitos;
  • pele de coloração pálida ou azulada (cianose);
  • dor de cabeça;
  • dificuldade para enxergar;
  • convulsões.

Como sabemos, o cérebro da criança é muito sensível até os 2 anos de idade mas, as piores sequelas ocorrem principalmente em bebês menores de 6 meses de vida. A longo prazo, podem surgir atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, paralisia, hemorragias na retina, perda de visão, perda de audição , fraturas em ossos, convulsões, coma e até mesmo a morte.
Precisamos estar atentos aos sinais de alterações no comportamento que o bebê demonstra e leva-lo ao médico caso surja algum sintoma da Síndrome do Bebê Sacudido, para fazer avaliação clínica e se necessário alguns exames complementares. Importante lembrar que observar se a criança tem medo de algum parente ou cuidador é essencial pois, esta pessoa pode ser a fonte dos maus tratos ou de brincadeiras abusivas.

Tratamento

O tratamento é realizado de acordo com as sequelas e lesões causadas pela síndrome no bebê, podendo ser necessário o uso de medicamentos, psicoterapia ou até mesmo cirurgias para reparar danos.

Dicas importantes:

  • Embalar o bebê nos braços, balançar o bebê apoiado no colo e sustentando a cabela ou usar o carrinho para transportá-lo, mesmo em terreno irregular não são causas de risco de saúde para a criança
  • Ficar atento: a Síndrome do Bebê Sacudido normalmente ocorre como consequência de maus tratos.

Dra. Beatriz Romão Amatto, Médica Pediatra, Pós Graduada em Emergências Pediátricas, Consultora do Sono Infantil, Instrutora de Shantala, Laserterapeuta., CRM 181.573/ RQE 82.740 / Instagram @drabeatrizamatto